A controvérsia de Machida

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Fotos: Josh Hedges

Sábado, 24 de Outubro, vimos uma luta de dois monstros do mma. Lyoto Machida vs Maurício "Shogun" Rua se enfrentaram em uma luta de 5 rounds valendo o cinturão dos meio pesados, ostentado por Machida, no UFC 104. Uma luta que tinha tudo para entrar para a história.O ginásio Staples Center estava lotado. Na plateia, celebridades como David Spade assistiam a tudo vidrados. Nas preliminares, ótimas lutas, como a de Spencer Fisher vs Joe Stevenson, onde este último alcançou uma vitória com um nocaute brutal (uma série de cotoveladas que martelaram Fisher no chão). Rolou também uma vitória brazuca, com Gleison Tibau levando o americano Josh Neer (apesar da torcida contra dos comentaristas da ESPN). Não tinha uma baiana que não entrasse e ele levou o americano para o chão muuuuuuuuitas vezes (não sei nem porque ele ainda se levantava...).

Enfim, o grande momento da noite. Shogun entra e não vê muita festa em seu favor. Machida entra e o Staples Center todo entra com ele no octagon. No seu corner, a família que o apoia sempre e o amigo Anderson Silva.  Começa a luta. No primeiro round, os dois se analisaram muito. A rapidez e a agilidade de Machida foram praticamente anulados pela guarda e concentração de Shogun. Shogun investiu muito com socos, joelhadas e chutes na coxa de Machida, que por sua vez, utilizou-se de sua enorme habilidade de esquiva. Ainda assim, muitos golpes entraram e, ao soar o gongo, o Golden Boy do UFC havia perdido o primeiro round de sua carreira. Segundo round e a torcida já começa a sinalizar algumas vaias. Os lutadores se analizam muito e entram pouco. Machida consegue encaixar uma joelhada na barriga de Shogun, que sente. Este continua aplicando chutes na perna de Machida e também consegue encaixar alguns golpes. Segundo o locutor da ESPN, o segundo round foi para Shogun. No terceiro, Machida atacou mais. Entrou com socos fortes e precisos que deram uma balançada em Shogun, mas não o suficiente para nocautear. O quarto round foi a mesma sem graceira, bem como o quinto. Uma luta realmente "pau a pau", mas não que isso seja bom, pois esperava-se muito mais dos dois lutadores. Ambos já fizeram lutas muito emocionantes e cheias de ação.

Toca a corneta final (que som horrível...) e Shogun levanta os braços comemorando a vitória que achou ter conquistado. Machida, meio sem graça faz o mesmo. A plateia vaia os dois. Fizeram a luta mais entediante da noite. Vem a decisão dos juízes. Os nervos estão à flor da pele, afinal, entediante ou não, a luta valia o cinturão. Os juízes, por unanimidade, decidiram por Lyoto Machida, 3 rounds a 2. A plateia vaia, Shogun balança a cabeça negativamente, seu corner fica indignado. Machida comemora contidamente. Nem ele acredita que ganhou a luta. O pessoal do seu corner pula, grita, comemora, se descabela. Ele não. Levanta os braços mas tem vergonha de encarar o público, que vaia o resultado da luta.

Na entrevista, Machida, ao som de vaias, se emociona e mal consegue falar. Diz que os 3 juízes decidiram em seu favor e pede desculpas. Diz estar pronto para uma revanche. Shogun diz que treinou durante 4 meses para a luta e seu corner disse a ele que estava ganhando, mas em momento nenhum contestou a decisão dos juízes. O detalhe: a mesma plateia que gritava em coro "Machida", ovacionou e aplaudiu Shogun enquanto ele  dava a entrevista.


Particularmente, em um primeiro momento, achei que a decisão foi roubada. Depois de assistir novamente umas 30 vezes a luta, entendi a colocação da arbitragem. Shogun entrou mais, golpeou mais e se mostrou muito mais combativo, porém Machida desviava de seus golpes e eles quase não encaixavam (salvo por um ou outro que tiraram sangue). Machida atacou pouco, mas eficientemente. Seus golpes eram certeiros, como se espera de um carateca. Quando ele partia para cima, era como um bote de cobra. Não se arriscou, mas realmente, fazendo um balanço de precisão, ele levou a melhor. Definitivamente, foi a luta mais difícil e mais controversa da carreira de Machida.
Dana White, presidente do UFC, revelou que Machida se comprometeu com uma revanche. O evento deve vir dentro dos próximos meses.


Gostaria de fazer aqui, um destaque para a postura dos dois atletas. Após o anúncio controverso do vencedor, Machida, incerto de sua vitória, teve vergonha de seu público. Ele não os acostumou a apresentações pífias. Os caras compareceram para ver um Cirque du Soleil e saíram com um malabarista de semáforo. E Machida sabe disso. Aceitou as vaias e a pressão psicológica que caiu sobre seus ombros. Shogun deu um verdadeiro SHOW de espírito esportivo, cumprimentando o adversário após o anúncio do resultado. Na entrevista, não se mostrou "magoadinho" como era de se esperar de quem se sente injustiçado. Ao invés disso, aceitou a derrota humildemente, agradeceu a torcida e saiu do octagon com a cabeça erguida.

Parabéns aos dois competidores. A sua postura profissional enobrece o esporte. Machida, erga sua cabeça pois sua vitória foi legítima (apesar de não ser bonita). Shogun, você deu um show e deverá manter essa dureza toda na próxima luta.

Aguardamos ansiosos a revanche.

Fontes:

Strikeforce - Feijão vs Rosa

sexta-feira, 23 de outubro de 2009


Ainda não foi confirmado oficialmente, mas o cuiabano de coração, Rafael "Feijão" Cavalcante deve enfrentar no dia 20 de Novembro o texano Aaron Rosa, no evento Strikeforce Challenger Series 5. Os lutadores ainda não assinaram o contrato, mas um amigo de um dos lutadores revelou que os lutadores já concordaram com a luta. O vencedor da luta deverá enfrentar o atual campeão Gegard Mousasi pelo cinturão.

Feijão atualmente luta pela equipe Team Nogueira, do Minotauro. Vem de uma derrota inesperada acontecida em Junho, contra Mike Kyle. Está em ótima forma física para enfrentar um adversário pedreira.

Aaron Rosa está vindo de duas vitórias consecutivas, a última delas conquistada em Maio, contra Anthony Ruiz.

Maiores informações quando chegar mais próximo da luta.

Fontes:
Fighters
Sherdog - Feijão
Sherdog - Rosa

Alongamento x Aquecimento

sábado, 17 de outubro de 2009

Substituir o aquecimento pelo alongamento é um grande erro na prática do esporte. “Forçar a musculatura sem um preparo prévio pode incorrer em traumas, e principalmente, distensão muscular”. O alerta é do professor de educação física e doutor em ciências pedagógicas Ramón Alonso López, autor da pesquisa Aquecimento x Alongamento na Flexibilidade, realizada na Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília. ”Somente quando o corpo já está aquecido, ele torna-se mais flexível e elástico. Depois dessa fase pode-se fazer alongamentos“, explica López.



DIFERENÇA ENTRE ALONGAMENTO E AQUECIMENTO

Para entender a diferença entre os dois tipos de exercícios, o conceito de aquecimento é a repetição de exercícios para aumentar a circulação sangüínea, lubrificar as articulações, aumentar a temperatura corporal, melhorar o desempenho e prevenir lesões, entre outras. E o alongamento é um movimento lento que busca a elasticidade máxima do músculo dentro do limite do corpo. Por exemplo, uma corrida leve é um aquecimento, girar os braços ou flexionar os joelhos e rodar também. Mas tentar alcançar o pé com as mãos flexionando a coluna para frente é um alongamento, esticar todo o corpo para cima e ficar na ponta do pé também.



A PESQUISA

O estudo foi realizado com 20 alunos da disciplina Medidas e Avaliações em Educação Física, da Faculdade de Educação Física (FEF) da UnB. Os estudantes foram divididos em três grupos, cada um com duas mulheres. “A turma toda tinha apenas seis mulheres e para ter uma amostra homogênea em cada grupo, foi necessário dividi-las pelos grupos”, explica o estudante da FEF Paulo Aires de Lucena Leal, que ajudou López na coleta e análise de dados. Todos os voluntários fizeram o teste de banco de Wells, utilizado para medir a flexibilidade da parte posterior do tronco e pernas. A pessoa senta-se de frente para o banco, colocando os pés no apoio com os joelhos estendidos, ergue os braços, sobrepondo uma mão a outra, e leva as duas para a frente até que toquem a régua do banco.

Os estudantes passaram por uma medição de sua flexibilidade ativa (aquela que a pessoa realiza com seu próprio esforço), e passiva (aquela que a pessoa fica relaxada e outra ajuda a executar o movimento). O grupo A realizou cinco minutos de aquecimento e cinco minutos de alongamento, o grupo B fez somente 10 minutos de alongamento e o grupo C realizou cinco minutos de alongamento e cinco minutos de aquecimento. Todos fizeram o mesmo teste.



RESULTADOS

Depois dos exercícios, tanto a flexibilidade ativa quanto a passiva são maiores – o que vale para os três grupos. A flexibilidade passiva, com a ajuda de um companheiro é sempre maior que a ativa realizada individualmente.
Quando se comparam os resultados entre os grupos, observa-se mais flexibilidade no grupo que fez o alongamento após o aquecimento. Observa-se que no grupo A (aquecimento+alongamento), houve um acréscimo de 6,29 cm na flexibilidade ativa e 6,07 cm na passiva, e nos grupos B (alongamento) e C (alongamento+aquecimento) os acréscimos foram de 4,43 cm (ativa), 4,71 cm (passiva) e 4,42 cm (ativa) e 4,50 cm (passiva) respectivamente.

Por conta desses resultados, os autores do estudo recomendam, devido aos efeitos fisiológicos de cada tipo de exercício, aquecimento para os músculos e articulações, seguido de alongamento para obter maior flexibilidade e elasticidade. Paulo Leal ressalva que o assunto precisa ser mais pesquisado para verificar os efeitos em uma amostra significativa. “Também seria interessante verificar os efeitos do aquecimento e alongamento na força muscular”, acrescenta.



BENEFÍCIOS DO AQUECIMENTO

- Aumenta o fluxo sangüíneo nos músculos
- Lubrifica as articulações
- Melhora a elasticidade dos músculos
- Aumenta a motivação e excitação
- Reduz o potencial de lesões

BENEFÍCIOS DO ALONGAMENTO


- Reduz as chances de distensão nos músculos
- Melhora o desempenho
- Reduz a dor muscular e acelera a recuperação
- Estimula o praticante para o treino
- Permite que os músculos trabalhem a amplitude dos movimentos



Fonte: 
UnB

Dieta Gracie

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Imagine o seguinte cenário:


  • Todo o mundo se empanturrando de frituras;
  • O símbolo maior do sucesso capitalista é uma indústria de refrigerantes, que as mães colocam na mamadeira dos filhos;
  • A expectativa de vida é em torno de 50 anos;
  • E ninguém está nem aí!
Isso já foi real! Por volta dos anos 50, a preocupação com a saúde era quase zero e a população sofria inúmeros problemas de saúde e nem se dava conta disso. Foi quando o mestre de jiu-jitsu Carlos Gracie, que padecia com enxaquecas, pleuras e gota se deu conta de que o problema de tudo estava na alimentação. E isso tinha que mudar.

Carlos Gracie passou a devorar o assunto nutricional. Compilou informações de vários livros, conhecimento popular, pajés e pais-de-santo e criou a Dieta Gracie. Começou a fazer uso dela e sua vida mudou. As dores já não o acometiam, sentia-se mais disposto e com um físico legal. Aí começaram as reais dúvidas: será que isso tudo foi somente por causa da dieta?

Para comprovar a eficiência do método, ele passou a apavorar geral a família para que passassem a fazer uso da dieta também. Atormentou tanto que a galera passou a fazer a combinação de alimentos proposta por ele. O resultado pode ser visto até hoje nos tatames de jiu-jitsu mundo afora, pelo biotipo de seus filhos e netos. Os caras esbanjam saúde e têm muito gás para lutar.

A dieta consiste em não envenenar o corpo. Simples assim. Ele distribuiu um cardápio riquíssimo em frutas e vegetais em grupos de alimentos e determinou o que poderia ser combinado. Com isso, equilibrava o pH das refeições, sem deixá-los ácidos. Isso promove uma limpeza no sangue, elimina gorduras e promove o crescimento muscular.

Quem se interessar, a dieta é essa aí ao lado. Façam o teste e comentem os resultados atingidos.

Fonte:
GracieMag